Nossa proposta é uma adaptação florestal do CSA, onde a comunidade é global, e a produção intergeracional.
A história da AgroforestDAO se confunde com a história de seu fundador, Diogo Jorge, permacultor cria do IPEMA de 2008, ou seja, também agroflorestor e juçareiro. Muitas das ações que contribuíram para que chegássemos até aqui podem ser verificadas nos blogs - já desatualizados - Permacultura do Saracura e Projeto Nossa Horta.
Vivendo na roça desde 2010, mas antenados na evolução da internet p2p, minha família e eu seguimos conectados à redes globais como Wwoof e Airbnb, que ofereciam trocas tangíveis, em contraste com mídias sociais nas quais os usuários são o produto. Numa busca por utilizar tecnologias para otimizar o processo de regeneração sócio-ambiental, a chegada à tecnologia Blockchain, ou Web3 era inevitável uma vez que esta oferece ferramentas de coordenação até então inexistentes. Através dela conseguimos acreditamos ser possível concretizar a idéia de uma tribo global enraizada.
Nossa proposta de usar a tecnologia para reconhecer o capital intelectual do agroflorestor foi premiada em uma hackathon climática e com o prêmio criamos nossa primeira conta coletiva na blockchain, junto com signatários de diversos países, nos envolvemos com o emergente campo das Financas Regenerativas (ReFi) e começamos a construir comunidade em torno dessa idéia ao mesmo tempo que participamos de rodadas de apoio mútuo global para projetos focados no bem comum, como Gitcoin e Giveth.
Graças a imutabilidade e transparência da blockchain podemos criar vínculos duradouros entre co-produtores. Podemos criar frameworks para educação e capacitação onde reconhecemos aprendizes, mentores e mestres, e criar assim um “plano de carreira” para o jovem urbano ou rural que quer simplesmente ter dignidade e fazer uma diferença positiva na sua comunidade.
No outono de 2023 realizamos nosso primeiro experimento de cultivo descentralizado com venda de quotas que representavam participação na colheita. Na primavera fizemos o mutirão de plantio de um Sistema Agroflorestal (SAF) com foco em grãos (arroz na primavera e feijão no outono), de ½ hectare e com a participação de apoiadores de MG, SP, RJ, SC e até da Ucrânia. Todos tiveram sua participação reconhecida com os certificados on chain Hypercerts. A evolução do sistema é compartilhada periodicamente, com o objetivo de construir conhecimento coletivo sobre os SAFs e oferecer a experiência da sazonalidade.